domingo, 31 de agosto de 2008

(O início de algo)

Ele olhava para o fundo, mas não conseguia enxergar nada. Nada além do escuro, nada além do fundo, nada além da imaginação. O que via era o que esperava ver e ter visto, era o interior de si mesmo oculto e rasgado ao mesmo tempo. Viu e não compreendeu. Porque se viu. No fundo, olhou pra dentro. Olhando pra dentro se perdeu como no mais obscuro abismo sem fundo.
E assim começou a sua saga, para entender o como e o porquê, para se encontrar e decifrar. E para trilhar o caminho para fora de si.
O que ele não sabia era que a sua jornada tinha sido programada para não ter um fim, não se cessar. Era uma jornada da busca do infinito pelo infinito. A epopéia do fim achado não como um fim, mas apenas como uma ponta que se emenda em outra - cobra que come o próprio rabo - que é o começo de nova jornada. A eterna estrada.Alguém já disse alguma vez que o que importa não é o destino final de um homem, mas o caminho que ele percorre até atingir o seu destino. O caminho que percorre trará todos os elementos que o farão homem. Tudo o que ele deve aprender, aprenderá pelo caminho. O destino não é um fim em si mesmo, o caminho é o meio, um meio que nunca se esgota. O destino é apenas uma pausa momentânea entre os caminhos. Assim como todo ponto final é apenas o início de uma nova frase

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